sexta-feira, 3 de setembro de 2010

OS MEANDROS MAQUIAVÉLICOS DA POLÍTICA

OS MEANDROS MAQUIAVÉLICOS DA POLÍTICA
O CONSULTOR E A “MENINADA”

Passada a farra dos “bois”, com o estouro da “boiada”, a leitura das imagens colhidas no GPS, acoplado no subconsciente dos protagonistas, retrata, com nitidez, os últimos lances da política local, deixando aliados e opositores de “cabelos arrepiados”.
O Consultor é visionário. O Seu foco é o resultado. Aprendeu na F.G.V, que não se consegue resultado sem a motivação e o envolvimento da equipe. Empresa privada trabalha com equipe motivada. É fácil dar consultorias. Empresa pública, simplesmente, não possui equipe: Com raras exceções, é um amontoado de gente em trabalho individual. Cada um para si e salve-se quem puder, principalmente das críticas e dos puxões de tapetes. Dificilmente, trabalha com resultado. È muito arriscado dar consultorias de gestão no setor publico. O resultado pode ser zero ou negativo. A culpa é do Consultor. Quando se obtém resultado, o mérito é do Prefeito.
O Consultor sabe das coisas. Um “combativo” jornalista de uma rádio opositora incomodava o governo. Suas críticas, embora reais, eram ácidas. Um agente do governo tentou “fechar a sua boca”. Convidou-o para trabalhar numa rádio comunitária da situação. A proposta do salário era invejável e irrecusável. O jornalista recusou a proposta.
O Consultor sabe das coisas. É a mais conceituada autoridade local em assuntos de finanças públicas. O governo carrega o pesado fardo de uma dívida elevada. As críticas são contundentes. O desgaste do governo é enorme com o peso da divida. O Consultor faz análise crítica econômica e financeira. Seus “ensaios” são publicados num jornal que não se curva diante da “equipe” de plantão. O governo, que não é adepto da transparência, se desespera. O Código Tributário é derrubado. O Monlevadense empobreceu no primeiro ano deste governo. A dívida do Município supera a cifra de oito milhões de reais. Aumenta o desgaste do governo.
O governo é esperto e age. Dá uma investida no Consultor. Mas, o governo não conhece o Consultor. O seu pecado fatal!
O Consultor, também é esperto. De ingênuo, nada tem. “È cobra, comendo cobra” . Jogo de xadrez! Guerra de titãs!
O Consultor pensa, observa, analisa a jogada. Consultorias... Mãos amarradas. O jornal sem as críticas matérias econômicas. Ponto para o governo.
O Consultor é diplomático, frio, calculista por excelência. Tem “feeling”. É criativo. Percebeu a jogada “política” da “meninada”. Contra-atacou. Condicionou o aceite da proposta ao cumprimento de amargas medidas de ajustes econômicos. Impossível de ser atendida pela equipe palaciana. “Figurões” da política perderiam a famosa “boquinha” no governo. A “meninada” vestiu uma indesejável e inesperada “saia justa”.
O governo não queria a Consultoria. Não gosta do Consultor. O seu sonho era amarrar as suas mãos e queima-lo, de um só tocada, política e profissionalmente.
O Consultor conhece o risco de uma consultoria de gestão no setor público. Não há comprometimento. O ambiente de trabalho lhe é desfavorável. Não há afinidades! A desconfiança é recíproca. Não há clima para um casamento. Arriscar, neste momento, não seria um ato de sua reconhecida sensatez.
Terça-feira. Crítica na rádio comunitária situacionista. Motivo: Contratação do amigo de um jornalista e de um ex-prefeito, seu antigo chefe. Neste mesmo dia, convite para entrevista na rádio oposicionista. A recusa do Consultor. O governo ainda não conhecia as metas emergenciais. O Consultor é ético, embora a “meninada” pensa o contrário. Ainda nesta terça-feira, o Plano de Recuperação das Finanças de João Monlevade – Pref/jm- é entregue ao governo municipal. O remédio é amargo tal fel. Por ironia do destino, 14 itens. Poderia ser de 13 ou de 43 itens. A “meninada” já conhece o Plano Emergencial. A Comunidade, ainda não. O governo, nem sempre, é simpático à informação. O Consultor já está liberado para divulgá-lo. Agiu rápido. No dia seguinte, quarta-feira, aceitou o convite da rádio oposicionista. Detalhou o seu plano de emergência. E foi imensamente aplaudido pela classe pensante, formadora de opinião. Gool para o Consultor. De placa, talvez!..
Finanças abaladas. Metas de recuperação nas mãos da “meninada”. Remédio amargo. Bola na marca do pênalte. É preciso ter coragem para “mudar o que precisa ser mudado”. Havendo comprometimento, se chutar, é gool. Ponto para a “meninada”.Aplauso incessante da classe formadora de opinião. Chutar ou não chutar... Nova saia justa para a “meninada”. Ponto novamente para o Consultor.
O convite inesperado. O Cochilo da “meninada” e a “boiada” estourou. A gritaria foi geral. A farra dos “bois” foi completa.

DELCI COUTO: Contador, Perito, Auditor e Consultor Empresarial.




Um comentário:

  1. Delci,

    Como sempre ético, transparente, frio e objetivista.

    Sempre em frente...

    Marco Túlio

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