SALADA MISTA: SERVIÇO DE UTILIDADE PÚBLICA
APRENDENDO COM OS VEREADORES
Noticiada
a permuta de imóveis pelo poder publico na imprensa local, na qualidade,
também, de profissional do ramo
imobiliário, resolvi, como “palpiteiro técnico”, entrar neste perigoso
circuito, com o objetivo maior de prestar mais um serviço à coletividade e
evitar o indescritível massacre psicológico ao cometer o imperdoável crime da
omissão. Na abro mão de minha convicção, embora seja uma tarefa penosa e danosa, combater o “erro” representa
uma contribuição de valor inestimável que o cidadão poderá dar a sua
coletividade.
Neste
diapasão, na ensolarada e gratificante manhã deste sábado, último dia do apocalíptico mês de agosto e imitando o
vereador licenciado e Secretário Municipal
de Serviços Urbanos, meu particular amigo Sinval, peguei a minha câmara digital
e fui conhecer e documentar as áreas que estão sendo permutadas. Pasmem
senhores! Constrangimento geral! Inacreditável o que está acontecendo em nosso
reino...
Sorumbático,
comecei a refleti e a conclusão veio num passo de mágica: preciso, devo e tenho
muito a aprender com os nossos vereadores! Sou mesmo um “burro”, um ser desprovido de um mínimo de inteligência... O
que adiantou fazer dois cursos de graduação, uma especialização – MBA- em
Contabilidade, Finanças e Gestão e, posteriormente, outro curso de Auditoria e
Consultoria, todos na badalada instituição de ensino da área econômica , a
F.G.V. Simplesmente, não serviu para nada....
Posteriormente,
em 2010/2011, retornei aos bancos escolares para concluir o curso Técnico em Transações Imobiliárias
e apesar da minha reconhecida “burrice”, aprendi muita coisa nesta nova área do
conhecimento. Mas, infelizmente, todas as teses e teorias aprendidas foram
sumariamente lançadas por terra nesta “brilhante” decisão da Câmara Municipal no
processo de permuta de imóveis. Um conselho aos nobres parlamentares: abram um
curso de avaliação imobiliária e nos ensinem as novas técnicas de avaliação, o
retorno financeiro será gratificante e imediato! Prometo ainda ser o “garoto
propaganda” neste curso de interesse da coletividade...
TÉCNICA DE AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA
Apesar
das minhas deficiências e dificuldades naturais e intelectuais de aprendizagem,
consegui assimilar neste curso as diferentes fórmulas e técnicas a serem
seguidas na avaliação de imóveis, bem como os fatores preponderantes nesta
avaliação que, dentre eles, destacamos: serviços públicos existentes, ou seja,
água, energia, telefonia, rede de esgoto, calçamento etc; qualidade topográfica
do imóvel, localização, tipo de construção existente, dentre outras, alem da
existência ou não de possíveis clientes alvos, interessados na posse do imóvel
avaliado.
TERRENO NA RUA ESPARTA, NOVO ACLIMAÇÃO
Lote
de 480 m2 ,
situado no valorizado bairro residencial de classe média alta,
preponderantemente ocupado por lindas e espaçosas casas que, dentro de nosso
padrão, podem ser caracterizadas como mansões. Existência de serviço público de
qualidade, com energia elétrica, telefonia, calçamentos modernos de
paralelepípedos, topografia valorizada pelo seu reduzido declive, semi-plano. É
um lote de esquina, com frente para duas ruas, com seus prós e contras, porém,
com vantajoso custo-benefício, ou seja,
o ganho de possuir frente para duas ruas supera em muito a perda de
redução de espaço para a edificação e de sua formação caracterizada como
irregular.
A
cada dia que passa surgem novos projetos de construções de enormes casas
residências neste valorizado bairro e, consequentemente, o público/cliente alvo
na aquisição deste imóvel é a classe média alta, em tese endinheirada e ou de
fácil acesso á créditos imobiliários, que busca realizar o sonho numa espaçosa
e confortada mansão residencial. O preço médio de um lote de 360 m2 neste bairro oscila
em torno de 150.000,00, ou seja, 416,67
por m2. O preço médio estimado de mercado para este imóvel de 480 m2 é 200.000,00
(duzentos mil reais) com as seguintes variações:
Limite
inferior de: 180.000,00 (cento
e oitenta mil reais)
Limite
superior de: 220.000,00 (duzentos e vinte mil
reais).
DOIS LOTES NO BAIRRO IPIRANGA
Terreno
de 720 m2 ,
dois lotes de terras, situado no bairro
Ipiranga, preponderantemente de classe média baixa, constituído de uma topografia bastante acidentada, com exceção
de uma pequena área plana, na expressão popular é conhecido como “ribanceira”
que dificulta e encarece qualquer
projeto de edificação. Serviço publico
praticamente inexistente, apenas rua de terra, sem calçamento, energia elétrica
apenas até à ultima casa edificada (estes lotes estão posterior à ultima casa
edificada).
O
publico/cliente alvo de possíveis pretendentes na aquisição desta área é pequeno,
consequentemente, reduzido o seu valor de mercado em função da lei da oferta e
da procura, diante de dois fatos determinantes: o bairro caracterizado como de
classe media baixa atrai, naturalmente, cidadão desta mesma classe, com pouco recurso
financeiro, além de outro dificultador que é o elevado custo da construção por
se tratar de imóvel topograficamente acidentado. O cidadão poderá até ter o
dinheiro para a aquisição mas, dificilmente o terá para o elevado custo desta
edificação. O preço médio estimado de mercado de um lote de 360 m2 com estas
características descritas oscila em torno de 45.000,00, ou seja, 125,00 por m2.
O preço médio de mercado deste imóvel de 720 m2 é de 90.000,00 (noventa mil reais) com
as seguintes variações:
Limite
inferior de 83.000,00 (oitenta e
três mil reais)
Limite
superior de 98.000,00 (noventa e
oito mil reais).
CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO DOS
VEREADORES
Qual
o critério de avaliação adotada pelos vereadores ? Quem o orientou? Existe no
processo um laudo técnico de avaliação ? Quem foi o avaliador e qual o nº de
seu CRECI/MG ? A Câmara Municipal contratou outro técnico para avaliar os
imóveis permutados e confrontar os
valores com os do projeto do executivo ?
Meus
filhos têm razão quando dizem que estou ficando “veio” e fora
de moda. Para desempenhar o meu papel como profissional, o bom senso me orienta
a seguir a boa técnica aprendida nos bancos escolares. Os
nossos edis seguem a velha e rentável técnica do compromisso político atrelado
ao poder executivo. E que se “danem” os oitenta mil cidadãos desta terra, pagadores
de impostos e de seus próprios contracheques mensais. Estes oitenta mil
cidadãos são os reais proprietários do patrimônio publico, inclusive desta
área, objeto deste processo “fajuto” de permuta de bens públicos, com real
desvantagem para a coletividade.
FALANDO A MESMA LÍNGUA
Tecnicamente,
concordo plenamente com a posição dos Vereadores Belmar Diniz e meu particular
amigo Thiago Titó que, além de votarem contra a aprovação do projeto, sugeriram
o instrumento de “desapropriação” como melhor alternativa. E qual a problema da
desapropriação? – Nenhum. Neste projeto de duplicação da BR 381 muitas área
próximas à Br estão sendo desapropriadas aqui mesmo em João Monlevade.
Dizer que não tem dinheiro para pagar a desapropriação é mais
uma das séries “acredite se quiser”. Neste mês de setembro, teremos audiência pública
de prestação de contas do 2º quadrimestre de 2013 e arrisco um palpite: o saldo
financeiro do município em 31 de agosto de 2013 é superior a treze milhões de
reais.
ASSESSORAMENTO POR ESPECIALISTA
Defendo
sempre a tese da necessidade premente da Câmara contratar especialista para dar
suporte aos vereadores quando for necessário.O vereador, não necessariamente,
necessita ter aguçado conhecimento em questões técnicas de orçamento, do
relatório quadrimestral de gestão fiscal e nem ser expert em avaliação imobiliária. Mas um assessoramento
eficaz torna-se indispensável para o bom exercício parlamentar e muito
mais salutar para a coletividade o custo beneficio desta contratação do que
fazer alarde com a devolução pela presidência da câmara ao executivo de um
dinheiro que nunca foi seu, pois a Câmara não é geradora de receita pública.
Para ficar apenas num exemplo, os vereadores deveriam ir para as audiências
públicas de prestação de contas mais bem preparados, assessorados previamente
por um especialista para evitar o transtorno ocorrido na última prestação de
contas em que os atores principais – vereadores, e secretária de fazenda – por
falta de conhecimento e de preparação técnica, cederam o seu espaço para o líder do grupo
transparência que, com o devido planejamento técnico, roubou a cena e encarnou
de fato o papel de protagonista. Um aviso aos navegantes: neste mês de
setembro, haverá nova audiência pública de prestação de contas, como
comportarão os atores ?
A SUBSERVIÊNCIA DO LEGISLATIVO
A
tal de base de apoio ao governo, a subserviência do legislativo ao executivo é
o grande mal que se alastra país afora,
como muito bem retratou o editorial do “A Notícia” desta sexta feira. Esta
situação de toma lá dá cá é maléfica para a sociedade e um projeto de reforma
administrativa com a redução radical dos cargos comissionados, dos atuais 200
para apenas algo em torno de 50, teria o
poder de anular ou, no mínimo, reduzir
eficazmente este efeito devastador e imoral de subserviência.
Outro ponto que nos leva a refletir sobre o
futuro de nossa cidade é o rico conteúdo do “Emporium” desta mesma semana do
brilhante colunista Márcio Passos.
Por
outro lado, neste atual modelo, ficando apenas no campo das hipóteses, o que
adianta a Câmara contratar especialista da área imobiliária se já existe o fiel
comprometimento da base aliada em votar “cegamente” com o governo ? Até quando
este filme será reprisado ?
O SONHO NÃO ACABOU
A
cada quatro anos, muda-se apenas parte dos atores mas o enredo da história
continua o mesmo: situação e oposição. Até quando ? - Não sei...
Como
estudioso da simbologia dos números, o número dois não é portador de fluidifica
energia e deve ser evitado. A atual composição do Câmara com três grupos seria
muito mais benéfica à coletividade: situação com dois vereadores do PSDB, seria
natural por ser o mesmo partido do executivo, oposição com um ou dois
vereadores, representando a oposição sistemática ao governo do PSDB e a maioria
esmagadora com sete a oito vereadores com a posição cidadã de independência e
compromisso com a coletividade e não com o executivo. Como Martin Luther King,
também sou um sonhador: quem sabe um dia os meus filhos e netos possam
desfrutar dessa nova visão cidadã nas ações da Câmara Municipal... Quem viver, verá!
TAPA NA CARA
Esta
semana que se findou poderá ter um de dois fins antagônicos e distintos: ser
apagada definitivamente de nossa memória ou poderá representar um novo “marco
histórico”, um motim para novas lutas democráticas. De Brasília vem a vexatória
humilhação da cidadania brasileira no lamentável episódio da libertação do
“ilustre” Natan Donadon. Um verdadeiro “chute no traseiro” nos valores éticos da honra, da dignidade e dos
bons costumes. Aqui em Monlevade o escripit não é diferente: do executivo vem a
estapafúrdia notícia da extinção do projeto educacional do IFMG; e da câmara municipal
vem esta agressão inesperada, este
indesejável “tapa na cara” dos cidadãos monlevandenses... E este “tapa na cara”
doeu e ainda doe... Minhas faces rubras
reclamam e pedem reação imediata! Como
cidadãos, estamos todos envergonhados por este tremendo e inesperado “tapa na
cara”!
VOLTAR PARA A RUA
Não
podemos e nem devemos “baixar a guarda”. É hora de ir à luta novamente. O executivo e o legislativo são apenas funcionários
desta grande empresa chamada João Monlevade. Como acionistas desta grande
empresa, não vamos deixar eles fazerem o que bem entenderem e muito menos deixarem
entregar um bem nosso para terceiros com prejuízo para a coletividade. Seria de bom alvitre que você também, cidadão,
vá conhecer estes imóveis que estão sendo permutados. Ainda há uma luz no meio
do caminho. Como acionistas, defendamos a nossa empresa, façamos um grande
movimento nas redes sociais e vamos novamente para a rua! Por que não ocupar a Câmara Municipal nesta quarta feira
e exigir
a retirada definitiva deste processo da pauta de votação em segundo
turno ? O protesto nacional está marcado para o dia sete de setembro. Por que
não antecipar o nosso protesto para o
dia quatro de setembro na Câmara Municipal ?
DELCI COUTO –
Corretor/Avaliador Imobiliário CRECI/MGF 20.836
Contador, Perito, Auditor e
Consultor Empresarial CRC/MG 23.550