F R A G M E N T O S
E C O N O M I A
E P O L Í T I C A
DÉFICIT DA ERA PRANDINI
A
gestão Prandinista está chegando ao fim e deixa
um triste legado e um aprendizado para que o caminho trilhado não seja
percorrido pelos futuros gestores deste município: fechamento de sua gestão com
um monstruoso déficit, gasto maior do que a receita que, em 31 de outubro de 2012, já contabilizava a
monstruosa cifra superior a dez milhões de reais, conforme Relatório de Gestão
Fiscal remetido ao TCE:
Especificação 2009 2010 2011 jan/out/2012 Acumulado
Receita
total 109.488.286 125.482.708
138.409.141 117.064.138 490.444.273
Gasto
total 115.738.650 125.055.745
149.392.195 110.930.050 501.116.640
Resultado (6.250.364) 426.963 (10.983.054) 6.134.088 (10.672.367)
DÉFICIT EM 31 DE DEZEMBRO DE 2012
Numa
avaliação otimista e conservadora, considerando que neste ano a gestão
Prandinista está produzindo um superávit artificial em torno de 500.000,00 por
mês, conseqüência da “máquina parada”, mesmo assim, este governo encerrará a
sua gestão com um déficit mínimo de nove milhões de reais.
DÍVIDA DA ERA PRANDINISTA- HERANÇA MALDITA -
Como
profissional da área, não ficaria bem colocar no mesmo saco, como acontece com
a maioria dos jornalistas de plantão, os termos “déficit e dívida” como termos
únicos e sinônimos. O círculo da gestão Prandinista será carimbado com a marca
do déficit em torno de nove milhões de reais e de uma dívida líquida somente de restos a pagar (dívida menos dinheiro em
caixa) que ficará em torno de seis milhões de reais.
Como herança maldita, além da dívida
monstruosa de restos a pagar, repassará
ao seu sucessor o triste retrato falado de uma cidade em caos total, sinais de
trânsitos sem manutenção, vias públicas esburacadas, deficiência na limpeza
pública, falta de pagamento de convênios, dentre outras pendências.
SALDO DA DÍVIDA INFERIOR AO DÉFICIT
Embora
o déficit seja gerador da dívida, nem sempre, os dados contabilizados terão o
mesmo valor. Neste caso específico, o
governo anterior deixou um caixa líquido em torno de três milhões de reais,
cujo valor foi utilizado pela gestão
atual para liquidar parte da dívida criada por este déficit. Consequentemente,
os valores da marca Prandinista de déficit e dívida não são coincidentes.
MAQUINA PARADA
Neste
ano de 2012, na expectativa de reverter, sem sucesso, a situação financeira e
econômica de seu governo, a gestão Prandista promoveu um “cavalo de pau” na máquina
administrativa, com conseqüências sociais para a população e política para o
seu governo. A máquina reduziu drasticamente o seu ritmo, quase parada e,
consequentemente, conseguiu produzir um superávit forçado em suas contas, no
período de janeiro a outubro de 2012, de valor superior a seis milhões de
reais. Caso não promovesse este “pau” na máquina, o resultado de sua gestão, em
termos financeiro e econômico, seria ainda mais desastroso.
CONSULTORIA
Em
2010, pela análise da gestão do município, o
diagnóstico já apontava para um final catastrófico e ele, o prefeito,
necessitava cortar na própria carne para encerrar a sua gestão com um final
feliz. Consultor não muda gestão alguma, apenas pontua, dá o norte e orienta o
caminho a seguir, cabendo a ele, prefeito, seguir ou não a orientação formulada. Porém,
orientação não acatada constitui para o consultor um elevado risco de credibilidade, de desgaste
e de “queima” da sua própria imagem.
Consultoria de Ipatinga foi contratada e nada mudou. Prognosticando de que “mudanças” não seriam
implementadas, como consultor, preferi buscar guarida, distanciando-me
quilometricamente da contaminação deste barco que, naquela época, já estava à
deriva.
LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
Princípio
elementar visando o sucesso de qualquer administração: equilíbrio entre
receitas e despesas. Está pegando muito mal para o Advogado Gustavo Prandini o
não cumprimento desta diretriz da Lei Complementar 101/00 e, como conseqüência,
deverá responder processo por improbidade administrativa prevista nesta LC.
DA “ERA” PRANDINISTA PARA UMA “NOVA ERA”
A
triste era Prandinista está chegando ao fim, deixando como aprendizado um sinal
de alerta ao futuro e aos futuros gestores municipais: que seja implementada a
eficiência na gestão para que a esperança de um futuro promissor volte a reinar
nos corações e mentes dos cidadãos. Um novo governo está preste para nascer, é
um fato, porém, o que a maioria esmagadora da população espera deste novo
governo é que ela nunca venha sentir
saudade da “era” Prandinista.
ERRO DE AVALIAÇÃO
Noticiado
pela imprensa, tomei conhecimento da tranqüilidade do prefeito eleito e de seu
decantado otimismo em viabilizar recursos estaduais para a nossa Monlevade, o
que não deixa de ser uma “razoável” notícia, além deste jargão de “buscar
verbas” ter contribuído eficazmente para a sua avassaladora vitória eleitoral.
No entanto, deixaram de avisar ao prefeito eleito, e esta seria uma das funções
de sua “comissão de transição”, que o problema de João Monlevade não tem origem
na falta de captação de recursos, isto
Prandini o fez e muito bem na esfera federal. O problema de Monlevade é
de gestão e está localizado na estrutura, no peso de sua máquina
administrativa, no seu custeio, basta observar os números: 1) O investimento em
obras da gestão Prandinista é pequeno em relação às administrações anteriores;
2) Embora tenha investido pouco em obras, algo em torno de mais de oitenta por
cento deste investimento estão representados pela utilização de recursos de
empréstimo via BDMG e de verbas federais de convênios; 3) Mesmo investindo
pouco em obras e utilizado praticamente somente recursos de empréstimos e de
convênios, a gestão Prandinista ainda conseguiu produzir um “rombo”, déficit
superior a nove milhões de reais.4) Este déficit produzido de nove milhões de
reais é superior ao valor investido em obras com receitas próprias.
REALIDADE TRÁGICA E PRINCIPAL GARGALO
A
intenção é apenas de informar, que já deveria ter sido feito pela sua “comissão
de transição”, e não o de jogar uma “ducha” de água fria na tranqüilidade e
otimismo do prefeito eleito, mas apenas ser coerente com a realidade fatídica: a
receita corrente do município não está sendo suficiente para custear a sua
máquina, ou seja, o peso, o tamanho da máquina é superior à receita corrente do
município e nada adianta buscar recursos externos sem o combate eficaz desta triste
realidade. Como ? – Reduzindo o tamanho
da máquina, promovendo ações como, trabalhar o VAF, para o aumento de nossa
receita de ICMS, ou melhor, fazendo as duas coisas ao mesmo tempo. O que o
monlevadense espera do novo prefeito é a prática de uma gestão eficiente e o
seu resultado aplicado na evolução da cidadania para todos.
CONVOCAÇÃO
Ninguém
administra sozinho, o mérito é de todos, é da equipe, e o gestor é avaliado pela qualidade de sua
assessoria. O técnico “Felipão” já foi escolhido e os craques do primeiro time já foram convocados. Os jogadores do segundo time, embora já
estejam na cabeça do “Felipão”, os seus nomes ainda não foram divulgados. Primeira
qualidade do técnico: saber escolher os integrantes de sua equipe. Primeira
avaliação do técnico: Considerando-se
que alguns jogadores declinaram-se dos convites, os “craques” convocados
representam o que há de melhor no mercado ? Ficou algum “Romário” de fora, sem
ser convocado pelo técnico ?
ESCALAÇÃO
Pelo
nosso modesto conhecimento e vivência na área pública, o sucesso de uma gestão
requer do técnico, prefeito, uma visão holística do “todo”, nem que seja de
cunho superficial e, de seus assessores, os jogadores, um conhecimento
aprofundado e específico da “parte”, de sua área de atuação. Segunda qualidade
do técnico: colocar a pessoa certa em cada área, de acordo com a aptidão de
cada jogador. É sabido por todos que o Neymar é um craque em sua posição.
Hipoteticamente, o Muricy resolve escalá-lo para atuar no gol. Resultado
previsto: um fracasso para o Santos e um
“arraso” para sua reputação profissional e de imagem pessoal. Segunda avaliação
do técnico: a escalação feita pelo técnico “Felipão” está correta e de acordo
com aptidão de cada jogador ? O perfil de cada jogador está adequado à função
que irá desempenhar ? Cada jogador escalado tem conhecimento aprofundado em sua
respectiva área que irá atuar ?
VIÉS TÉCNICO E VIÉS POLÍTICO
Outro
fator importante e determinante para o sucesso de sua administração é a observação
pelo técnico “Felipão” do viés técnico e
político de cada jogador. Somente à titulo de exemplo, o ocupante dos cargos de
Assessor de Comunicação e de Assessoria de Governo, necessita ser portador de
um viés muito mais político do que técnico. Ao passo que o ocupante dos cargos
de Secretaria de Fazenda, de Planejamento e de Administração, necessita ser
portador do viés essencialmente técnico, porém, com visão e sensibilidade
política. Este perfil foi seguido pelo técnico “Felipão” na escalação destes
jogadores para estes cargos ?
SECRETARIA FAZENDA
O
Prefeito precisa aprender a ouvir o seu Secretário de Fazenda quando este
conhece bem o “chão” de sua secretaria. Já tive a oportunidade de dizer para o
nosso técnico “Felipão” que o coração e pulmão da administração pública estão
localizados na Secretaria de Fazenda. O sucesso de uma administração, além dos
fatores aqui já citados, uma parte dependerá dos atos de seu Secretário de
Fazenda e a outra grande parte dependerá do espírito de grupo, do trabalho
motivado e em equipe, de todos os jogadores, sem estrelismos, que contribuirá
para a formação de um ambiente de respeito e marcado por uma vibrante sintonia
reinante entre os jogadores e o seu técnico e, como feliz resultado, a vibração
e o entusiasmo dos torcedores satisfeitos com as constantes vitórias de seu
time.
Embora
“míope” e sem querer ser dono da verdade, esta é a minha modesta visão de como
deve ser e pautar uma administração pública, além da transparência, ética e
correção de todos os atos praticados e visando sempre o interesse
essencialmente público.
PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA
As
críticas, embora já existentes, são naturais e próprias do jogo político. Amparado
pelo princípio da prudência, jamais me arriscaria a tecer qualquer tipo de
crítica ao técnico “Felipão” e aos seus “craques” neste momento em que o time
ainda nem tenha entrado em
campo. Aprendi com os meus cabelos esbranquiçados, ou com a
falta deles, a analisar as jogadas somente após um período de vinte a trinta
minutos do jogo iniciado. Ainda é cedo e arriscado para críticas.
DELCI COUTO – Contador, Perito, Auditor e Consultor
Empresarial
Secretário Municipal de Fazenda no período de
01/01/2001 a 31/03/2007.